O sono pode afetar o risco de Alzheimer de várias maneiras. Distúrbios do sono, como apneia e insônia, são mais frequentes em pacientes com Alzheimer. A privação crônica do sono tem sido associada a um maior risco de doenças neurodegenerativas, incluindo o Alzheimer. Durante o sono, ocorre a remoção de uma proteína patogênica chamada beta-amiloide, que é uma das proteínas depositadas no cérebro na doença de Alzheimer. Situações que levam à privação de sono podem levar ao acúmulo dessa proteína no cérebro.

Pacientes com síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), uma doença comum na população geral, têm maior chance de ter declínio cognitivo e Alzheimer. Além disso, distúrbios do sono, como a própria apneia do sono, são frequentes em pacientes com diagnóstico de Alzheimer. A insônia também é um sintoma comum na doença, especialmente em fases mais avançadas.

A melatonina, um hormônio que ajuda na indução do sono, parece estar reduzida na doença de Alzheimer. Pacientes com fases moderadas e graves da doença podem apresentar agitação e alteração do comportamento no início da noite, indicando perda do ritmo cronobiológico dia-noite. No entanto, os estudos sobre a reposição de melatonina como tratamento para essas alterações mostram resultados conflitantes, e não há evidência científica robusta que corrobore essa indicação.

Uma rotina de sono adequada desempenha funções amplas para a saúde, incluindo processos hormonais, fortalecimento da imunidade e limpeza de substâncias tóxicas no cérebro. A privação crônica do sono é um fator de risco conhecido para doenças cardiovasculares e também tem sido relacionada ao maior risco de doenças neurodegenerativas, incluindo o Alzheimer. Estudos têm demonstrado que durante o sono, ocorre um processo de limpeza da proteína beta-amiloide, que é importante na prevenção do acúmulo dessa substância no cérebro.

Pesquisas também sugerem que a insônia está associada a alterações na estrutura cerebral que são semelhantes às observadas nos estágios iniciais da doença de Alzheimer. Pacientes com insônia apresentam alterações em regiões cerebrais envolvidas no funcionamento da memória e do desempenho, que são áreas afetadas nos estágios iniciais da doença. Além disso, a insônia pode afetar a substância branca do cérebro, que desempenha um papel importante na cognição. Essas alterações podem ser potencializadas em portadores da variante genética APOE-ε4, que confere um maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer.

Em resumo, a privação crônica do sono, a presença de distúrbios do sono e a má qualidade do sono têm sido associadas a um maior risco de desenvolvimento ou progressão da doença de Alzheimer.